EUA adiam entrada em vigor de novas tarifas para 7 de agosto

Os EUA vão aumentar as tarifas para países que não conseguiram firmar um novo acordo comercial, mas apenas daqui a uma semana. Suíça e Canadá serão particularmente afetados. Para o Brasil entrará em vigor na próxima semana uma tarifa de 50%.

    Os EUA apresentaram uma nova lista de tarifas aduaneiras que deverão ser aplicadas futuramente aos seus parceiros comerciais. Estão previstas taxas entre 10% e 41%. Isso consta em uma ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. As novas tarifas deverão entrar em vigor no dia 7 de agosto, e não já nesta sexta-feira 1 de agosto, como originalmente esperado. Isso também se aplica à tarifa de 15% acordada com a União Europeia no fim de semana. 

    A nova lista de tarifas de Trump abrange cerca de 70 países, além da União Europeia. Suíça e Canadá estão entre os países cujos produtos deverão ser especialmente afetados por tarifas elevadas. Para importações da Suíça para os EUA, será aplicada uma tarifa de 39%, segundo informou o governo norte-americano. Produtos canadenses que não estão cobertos pelo acordo comercial entre EUA, México e Canadá serão taxados com uma tarifa de 35%. Isso ocorre "em resposta à contínua inatividade e às medidas retaliatórias do Canadá", declarou o governo dos EUA. No entanto, Trump afirmou em entrevista à emissora NBC que continua aberto a conversas com o primeiro-ministro canadense Mark Carney.
    Tarifas relativamente altas também serão aplicadas a importações dos EUA provenientes da África do Sul: Trump estabeleceu uma tarifa de 30% para o país. Para a Índia, que assim como a África do Sul faz parte do grupo Brics, o presidente norte-americano já havia anunciado, há poucos dias, uma tarifa de 25%.
    Para o Brasil, também integrante do Brics, com quem Trump tem se desentendido sobre a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, entrará em vigor na próxima semana uma tarifa de 50%.

    As tarifas para outros países da Ásia serão em grande parte mais baixas. Para produtos originários da Tailândia, Camboja, Malásia e Paquistão, será aplicada uma tarifa de importação de 19%. Esse mesmo percentual já havia sido acordado anteriormente por Trump com a Indonésia e as Filipinas. O acordo comercial com o Vietnã prevê uma tarifa de 20%.
    Taiwan, que exporta, entre outros produtos, semicondutores para os EUA, e Bangladesh, um importante polo de produção da indústria têxtil, também serão submetidos a tarifas de 20%.
    Tarifas especialmente altas serão aplicadas ao Laos e a Mianmar, dois dos países mais pobres da Ásia. Para eles, passará a valer uma tarifa de 40%. Ambos os países mantêm pouco comércio com os EUA. A tarifa mais alta, de 41%, foi estipulada pelo governo dos EUA para a Síria.

    Os EUA haviam firmado anteriormente acordos tarifários com vários países, incluindo Coreia do Sul, Japão e Reino Unido. No entanto, mesmo esses países devem enfrentar tarifas significativamente mais altas do que antes do início do mandato de Trump. A outros grandes parceiros comerciais, como China e México, foi concedido um prazo adicional para novas negociações.
    “Tarifas tornam a América grande e rica novamente”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social. “Hoje fechamos alguns acordos que são muito bons para o nosso país”, acrescentou mais tarde diante de repórteres. Muitos economistas, no entanto, esperam que consumidores e empresas dos EUA acabem arcando com pelo menos parte dos custos resultantes das novas tarifas.

    Outra questão em aberto é a legalidade dessas tarifas, tema que foi discutido por um tribunal de apelações dos EUA em uma audiência realizada na última quinta-feira. A corte deverá decidir se Trump ultrapassou seus poderes ao impor as tarifas com base em uma lei de emergência nacional de 1977. Ainda não há uma decisão.


Fonte: Die Zeit, https://www.zeit.de/wirtschaft/2025-07/handelspolitik-zollstreit-usa-donald-trump-neue-zollsaetze

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