Presidente do Brasil viaja à África
Em sua viagem ao Egito e à Etiópia, de 15 a 18 de fevereiro, Lula tentá recuperar terreno perdido. Como presidente do G20, o presidente brasiliero quer se tornar conhecido como um defensor dos interesses africanos.
"As boas relações com a África são fundamentais para a percepção internacional do Brasil, explica Gelson Fonseca, diretor do Instituto de História e Documentação Diplomática (CHDD), subordinado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em entrevista à DW (Deutsche Welle).
De acordo com o diplomata, muitos países do continente africano estão experimentando alto crescimento econômico. "Sua importância geopolítica está aumentando, e por isso, é importante para o Brasil aprofundar suas relações com a África."Os dois países são estrategicamente importantes para o Brasil, pois desde o início do ano, Egito e Etiópia são membros do BRICS. O grupo era originalmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde então, vários países se juntaram ao grupo.
O presidente do Brasil, Lula, já esteve em Angola em agosto de 2023. Sua viagem atual o levará ao Egito e à Etiópia, onde participará, como convidado de honra, da cúpula da União Africana (UA) em Adis Abeba, dia 17 de fevereiro.
Convidado de honra
O Brasil ainda desperta a simpatia de muitas pessoas no continente africano. Ao contrário da Inglaterra, França e Alemanha, o país não é visto como uma potência colonial.
A antiga colônia de Portugal é o país com a maior população negra fora da África, e compartilha com muitos países africanos o legado traumático da escravidão imposta por Portugal. Atualmente, é a nona maior economia do mundo e é considerado um modelo em muitos aspectos econômicos e sociais.
Assim sendo, Luiz Inácio Lula da Silva, pode ter certeza de que será calorosamente recebido na próxima cúpula da União Africana (UA) em Adis Abeba, de 17 a 18 de fevereiro.
Menos comércio
O bônus de simpatia e laços históricos entre muitos países do continente africano e o Brasil, no entanto, não condiz com o declínio da influência econômica e política que o Brasil está experimentando na região. Em contraste com a China a Rússia, que expandiram continuamente suas relações na região nos últimos dez anos, a importância econômica do Brasil diminuiu. O comércio exterior com o continente diminuiu de US$ 28 bilhões para US$ 21 bilhões entre 2013 e 2023.
Em comparação, o comércio exterior com a China totalizou US$ 157 bilhões em 2023, de acordo com o Ministério do Comércio do Brasil. As importações e exportações entre a Alemanha e o Brasil totalizaram cerca de 19 bilhões de dólares.
Houve muitos motivos para a saída do Brasil da África. Entre eles, a crise econômica em curso no próprio país e as muitas repercussões dos escândalos de corrupção da époda da "Lava Jato".
Isso levou a alegações de corrupção contra empresas de construção brasileiras que supostamente enriqueceram em projetos de grande escala em países africanos. O ex-presidente do Brasil, Bolsonaro, também demonstrou pouco interesse no continente.
África na agenda do G20
Lula quer iniciar uma reviravolta na cúpula da UA em Adis Abeba. Tanto a UA quanto a União Europeia são membros do grupo G20, que reúne os países industrializados e emergentes mais importantes. O Brasil ocupa a presidência este ano.
"Em setembro de 2023, a UA se juntou ao G20 com o apoio do Brasil", explicou Flávio Luís Pazeto, Secretário de Estado do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Durante sua presidência do G20, o Brasil garantirá que "questões que são do interesse da África sejam colocadas na agenda do G20". Uma dessas questões é a luta global contra a fome e a pobreza.
O Brasil obteve grande sucesso nesse campo. Os programas sociais lançados na década de 1990 e fortalecidos durante os dois primeiros mandatos de Lula (2003 a 2010) contribuíram significativamente para a redução da pobreza no país.
A fome e a pobreza voltam a crescer
De acordo com o instituto brasileiro de estatísticas IBGE, cerca de 44 dos 182 milhões de habitantes do Brasil passaram fome em 2003, ou seja, pouco menos de um quarto da população.
O número de pessoas afetadas pela fome e pela pobreza também está crescendo em todo o mundo. Em 2016, eram 585 milhões e, em 2022, já são 735 milhões de pessoas. No ano passado, o número de pessoas que sofrem com a fome aumentou para mais de 800 milhões.
Fonte: Deutsche Welle
https://www.dw.com/de/brasiliens-pr%C3%A4sident-lula-auf-werbetour-in-afrika/a-68218121
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