Por conta de suposta tentativa de golpe, ex-presidente Bolsonaro é convocado para depor
O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, recusou-se a falar durante o interrogatório policial como parte de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe após a última eleição presidencial. Este silêncio não é apenas a aplicação do segredo constitucional, “mas uma estratégia baseada no facto de a defesa não ter tido acesso a todos os elementos que acusam o presidente de cometer determinados crimes”, disse o advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno. Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento na sede da Polícia Federal, na capital Brasília.
A polícia fez uma operação de escala há duas semanas, executando mandados de busca e prisão, bem como medidas preventivas, como o confisco de passaportes em vários estados. As investigações foram dirigidas contra uma suposta organização criminosa que buscava um golpe de estado e a abolição do estado democrático de direito, disse.
Ex-ministros também convocados
Além de Bolsonaro, que governou o Brasil de 2019 até o final de 2022, os alvos da operação também foram outros ex-altos funcionários e aliados políticos. Segundo o portal de notícias “G1”, os ex-ministros da Defesa e da Justiça, bem como assessores e militares também foram convocados.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado acesso aos autos da investigação. O juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o acesso aos mandados de busca e apreensão da operação, segundo o portal “G1”. Moraes, porém, rejeitou o pedido de acesso a meios digitais como telefones ou computadores, exigido pelos advogados do ex-presidente para “garantir igualdade de armas no processo”.
Isto impediu que a defesa tivesse “um nível mínimo de conhecimento” sobre o motivo pelo qual o ex-presidente foi chamado a depor, disse o seu advogado. Assim que esse acesso for garantido, Bolsonaro não deixará de prestar depoimento.
“Dinâmica golpista desde a cúpula do governo”
As provas em que se baseia a investigação incluem a gravação de uma reunião em julho de 2022 com Bolsonaro, ministros e militares. A troca de conversas “mostra claramente o ordenamento da dinâmica golpista desde a cúpula do governo”, disse o juiz Alexandre Moraes, segundo a CNN Brasil.
Bolsonaro nega as acusações e convocou seus apoiadores a realizarem uma grande manifestação neste domingo na cidade de São Paulo.
Fonte: Süddeutsche Zeitung
https://www.sueddeutsche.de/politik/wahlen-wegen-staatsstreichs-brasiliens-ex-praesident-vorgeladen-dpa.urn-newsml-dpa-com-20090101-240223-99-90150
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